Nada...
Sobraram apenas os cabides
E neles penduradas as lembranças
Dos dias que juntos fomos felizes
Lembranças de noites mal dormidas
Que debaixo do edredom
Passávamos de mãos unidas
Lembranças das risadas, das piadas
Dos amigos que chegaram de vez
E até das frases mal faladas em inglês
Lembranças do dia que ia clarear
E dos filhos que aprendi a amar
Mas lembranças somem no tempo
Serão apagadas por outros momentos
E la ficarão os cabides
Sem que o amor se consolide.
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cores
Por que pintaram o céu de azul?
O mar de verde?
E o ar de transparente?
Quem foi que deu à letra a cor preta?
Ao papel de padaria a cinza?
Ao papel de padaria a cinza?
E para o arco íris, quem deu tanta tinta?
Sei bem que burro não tem cor quando foge.
E abelha, se for rainha, tem listra amarela.
Mas quero saber se a aquarela
Da vida foi pintada
Só pelas cores alegres
Ou se alguma cor saiu errada?
Quem pintou a vida
Não deve ter se lembrado da cor do adeus
Não deve ter notado o sofrimento que fica
Na cor do lábios da partida
Na cor dos olhos da despedida
Autora Convidada: Simone Menocchi
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