NO PRINCÍPIO

No principio foi a solidão
esta deusa indiferente que inspira o padecer!
Depois vieram resquícios de esperança
na mais bela e radiante atenção,
que durou tão pouco...
que foi tão passageira...
que mal pude avaliar
o momento de transição
entre o pulsar da vida
tão linda leve e serena,
e o retorno da imensidão silenciosa
e obscura que persiste neste ser.

No princípio foi a desilusão,
este produto inacabado menos alegria e mais devastação!
Depois surgiu uma nova ilusão
utópica, como de costume,
mas linda, com sorriso disfarçado
ameaçando fazer-me feliz.
Mas tão logo desacreditei no infortúnio,
cai novamente lentamente, tristemente
na mais profunda desilusão.

No princípio foi a depressão
esta morte não-morte que embaça a visão!
Depois surgiu um alívio
momentâneo instantâneo fugaz
que veio definir a felicidade
como se ela existisse afinal.
Mas logo tudo voltou ao normal.
As pessoas voltaram a caminhar a passos largos.
A solidão voltou a rondar meu universo.
A desilusão fez-se a visão deste poeta.
A depressão venceu nova batalha, silenciosa.
A exclusão impôs-se a inclusão,
mostrando que discursos, palavras, poesias, versos e etc.
são vazios, quando não saem do papel.

Convidado: LUIZ ANTONIO CARDOSO

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