OS LÁBIOS TONTOS

Nós somos náufragos do mesmo pranto.
Assombram-nos doídos amores de antes...
Nós: navios de guerra diante do canto
da sereia! Nós: despertados amantes!

O amor chega com sua água escura:
E ainda assim aposta suas poucas moedas.
E lança uma vez mais de tamanha altura
o peito já tão cansado de quedas.

O que eu sei do amor, sim, agora tarda!
O vermelho desejo sabe a brasa
a cinza beira. Nada é pra inteira

vida. Bebida que se traga. São
meus os lábios tontos. Meus! São e ponto.
E quem conhece mais aumente o conto.
 
Autor Convidado: Guerá Fernandes

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