POR LINHAS DE MUDANÇA

Eu me vejo em um campo florido
Onde o mal não consegue me alcançar
No fundo me sinto um pouco rendido
Por me fazer disfarçar
Uma dor tão grande que não para de provar
O quanto sinto pela conveniência
...Pela sua ausência.

No fim do dia eu pinto tal campo
Para resguardar sua beleza sutil
Onde ao entardecer, acampo
Para me livrar do sentimento senil
Que me deixa meio infantil
E me faz querer viver diferente
Da vida obediente
(que levo)

Ela disse
E como ela disse
O quanto eu vou trair sua confiança
Cedendo sua lágrima ao chão
Deixarei de ser sua segurança
Para ser mais um na canção
Para ser sua diversão!

O campo descolore ao crepúsculo
Ao som da revoada
O meu orgulho no momento minúsculo
Acaba por ser tua estrada
Longe demais para ser o bastante
Eu fico pelo caminho
Catando tuas migalhas


Autor Convidado: Mário Víctor Pedrosa

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