Jardim

O Sol Castigou o meu jardim.
De um verde intenso, se tornara um amarelo sem fim

Sofri, Sofri, por saber que flores não cresceriam mais ali.
Logo o incêndio se alastrou
Meu peito queimava, das minhas vias respiratórias
A fumaça exalava.
Me ajoelhei diante do meu jardim em brasa

Sofri, Sofri
Tudo queimava

Aquilo não era mais jardim, era só brasa
Enquanto, eu, Deus negava
Meu jardim queimava
As brasas ardiam em vermelho intenso, o fogo não parava

Queimava, Queimava
Eu nada podia, diante do ardor sem fim

Observava, aquele fogo que não findava
Era nítida a reflexão em meus olhos do meu jardim em brasa
Sofri, Sofri
A cicatriz do fogo, não há nada que apaga

O fogo ardeu, tudo era brasa
A brasa ardeu, e o incêndio apagou
Só cinzas
Foi oque restou.

Quando o ardor findou, também sofri
Olhei de joelhos o jardim que não tinha mais ali
A lembrança do verde deu lugar, a um cinza.
Não tinha mais jardim e cinza, não me agradara
Mas éra só cinza que restara
Não quis mais olhar e de joelhos não mais estava
Só oque restara de sentimento, era a angustia, que a duvida causava.
Por que meu jardim queimara?
Pouco tempo passou, e cinza o solo adubou
E daquele  rico e fértil solo, a grama brotou

De um verdor sem igual, logo o jardim meus olhos cativou.
Cativara também os pássaros.
Esses que trouxeram as sementes!
E as sementes o solo fecundou.
Entre a grama verde, margaridas foi oque brotou.
Em tons de branco e verde, aquele jardim de novo me encantou.
Gerou espanto.
Quando borboletas.
No meu jardim pouso.
Voavam com leveza, curtiam o Sol, que não mais queima a grama.
Um vento norte soprou, e la se foram as borboletas.
Uma única se segurando forte em uma margarida restou.
E  essa me encantou.
Por varias vezes tentei pegá-la.
Mas como vento fugia.
Logo desisti e me contentei em observá-la.
E como por maldade em meu rosto ela pousou.
E com isso ela me encantou.

Autor Convidado: Darlon Czar Brambilla

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