Foi um homem que todo mal fazia
Era tão cruel este monstro odiado,
Que acabou numa tumba fria
Esquecido, podre e excomungado.
Dele, foram pele, órgãos e músculos
Um belo banquete devorado,
Pelos vermes, convidados tão minúsculos
Que se fartaram da carniça desse diabo.
E na esquife negra, impassível e estendido
Jaz o seu corpo inútil e putrefato.
Ninguém mais ouve sequer um gemido
De algum escravo por ele torturado.
E esse seu sorriso falho e debochado
Com seus ausentes globos oculares,
Da sua caveira, Oh! Desgraçado
Há de queimar por infernos milenares.
AUTOR CONVIDADO: ANDRÉ BIANC
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