SUICÍDIO

Vivo
sofrendo a demasiada dor dos fracos
bebendo do cálice dos dissabores
ouvindo fortes desabafos sinceros
esculpindo a solidão inata e intrínseca,
que me mata, aos poucos... voraz!

Sobrevivo
sendo acusado e processado por tentar
amenizar a pena dos processados!
por querer salvar o mundo,
e não conseguir salvar
nem mesmo minha própria condição de condenado
perante os homens,
perante os sentimentos,
e perante minha própria incapacidade.

Morro
a cada noite de insônia
onde percebo que meus passos apressados
não saem do lugar...
quando vejo que a manhã deponsta no horizonte
e que o sol clareia a imperfeição dos meus atos.

... e torno a morrer
quando vejo que a vida se esvai,
a cada incapacidade de viver com esta dor
tamanha
que me reduz a um quase nada
que nem mais forças tem para lutar...

ainda há vida...
será que a mereço?

Autor Convidado: Luiz Antonio Cardoso

Um comentário:

Profª Simone Suelene disse...

Luiz, amigo querido...
qto mais alto a árvore vai, mais afunda na escuridão...
volvemos a terra, ela é nossa guia.
se é possível partilhar a dor, me autorizo a dizer que já partilhei a tua...não a quero mais.
Já está decidido.
dessa tua irmã de alma
Simone