Inexisto

No subterrâneo, encaro minha sombra.
Iluminado pelas trevas, consumido pela dor profunda.
...
 Petrificação do eu, inércia e sequidão.
Alma voraz, anseia por vida.
Odor putrefato do vazio exalado de minhas entranhas.
Abatido, entrego-me .
Lanço-me no precipicio da insignificância.
Mergulho letal e suicida.
Simbiose: morte e vida.
Abismo se abre, a escuridão sorri e me convida.
Pairando na gélida brisa .
Sangue congela, sentidos me abandonam.
Dissolvo.
Inexisto.
Devorado pelo nada, aborto angústias, inseguranças e medos.
Liberto, flutuo...
Busco a mim e me reconstruo. 


Ana Paula Malosti em parceria com Alexandre Malosti 

08/Abril/2012

Nenhum comentário: