FÁBULA DESENCANTADA


Sem agarras
Sem amarras
Sem fanfarras
...
Porque o carnaval acabou.

Sem estopim
Sem estorno
Sem clarim
Só o pio do corvo
Agourando o novo
Como velho estorvo
Que está por vir.

E os olhos do povo
Nada se vê de novo
Que o mesmo alecrim.

‒ Sem camisinha?!
Como diz o xote:
O mal se avizinha
No cangote do pixote,
Pois toda ladainha
Nasce de pura picuinha.

No entanto
O que dizer desse chinfrim,
Viver no chilique
Sem xiquexique no fubá,
Sem xinxim
Sem espadachim
Sem esgrima,
Pois só assim se aclima o clima
Desse estopim.

E...
Esse chauvinismo
Esse charlatismo
Esse Burrocratismo
Esse tecnicismo
Esse demissismo
Esse...

Mas...
Sem vintém
Pro ano que vem
Pois esse trem
De que vai tudo bem
É conversa de quem
Não enxerga além
De seu nariz.

Nesse laissez-faire
Só muita fé
Pro que der e vier
Mas o Chichisbéu
Já aplicou o chapéu
Na meiga Rapunzel
Esposada do Chico
A pobre recebeu o mico
Antes da lua-de-mel,
Perdendo a postura
De menina meiga e fiel,
De tão ilustre papel.

Autor Convidado: Wildman Cestari

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