O Oboé

O Oboé chora sua melancolia
E um moribundo ao pé do outeiro,
Observado por um corvo traiçoeiro
Repousando sobre o símbolo da heresia.

As portas escuras fechadas, o sino calado
Lá dentro a velha dona já adormece,
Antes reza, promete e depois esquece
Do legado deixado pelo crucificado.

Somente as velas, testemunhas insistentes
Damas brancas, chamas contra o vento
Poucas iluminam o triste convento
Mas sem alcançar as almas penitentes.

E a noite, horas mudas, a madrugada
Quando a cidade calada dorme ainda
Jaz meu inútil corpo, a vida que finda
Entre sonhos, poesias e mais nada.

Autor Convidado: André Bianc

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