"Meu Drummond"

Entre “Neruda” e “Graciliano Ramos”,
Repousa meu “Drummond”.
com suas paginas marcadas
e sua capa solta, guarda suas
poesias gastas.

Em sua quadragésima primeira pagina,
“Ser” é a qual foi impressa, na pagina seguinte
vem “Amar”, logo após, minha predileta,
“Para sempre”, onde o anjo “Drummond”
diz com propriedade e verdade.
“Que mãe não tem limite”

Drummond, a gora digo eu,
e, ai de quem discordar
Drummond é infinito, eterno
suas coisas de amor, sua a visão
de um anjo sobre amar.

Frases amanteigadas, meus olhos
deslizam por entre elas, como pode
um ser assim como eu,
composto por dois olhos, e dez dedos
fazer oque Drummond fez.
Como pode tirar poesia de um cometa
“Halley volta sempre”
Drummond não voltara
Drummond nunca foi
Drummond é,  e sempre sera, no presente
tão presente quanto “amar”

Quer saber sobre amar
Leia Drummond
Quer algo “Recomeçar”, pois
então leia Drummond

“Que pode uma criatura senão,
entre criaturas, amar?”
Por Deus esse livro velho
comprado no sebo, me
furtaram a quadragésima terceira
pagina,
e a quadragésima quarta
foi junto em seu verso
Quem foi o criminoso?
Talvez um amante que fizera
bom proveito da quinta estrofe
em diante, de “Amar”.
O meliante, antigo dono
do meu Drummond, no prefácio
deixou anotado o seu nome
Se eu encontro esse “José”,

Nem que sob tortura militar
ele me devolve o resto de
“Amar”.
Queria encontrar esse “José”
e perguntar-lhe o motivo de
decepar meu Drummond
oque ele fez, para quem deu
aquela pagina que falta.

E agora “José”, quero
meu Drummond completo
Quero “Amar” com todas
suas estrofes.

Quero “Amar” como Drummond
diz ser amar.


Autor Convidado: Darlon Czar Brambilla

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