(Para aquela que nunca será minha)
E você, não amanheceu.
Saltou louca para o infinito,
Calando o meu surdo grito
Depois, nada aconteceu.
E você não renascerá
Sem alma e sem guardiões?
Só tua mão cega ostentará
Minha cabeça as multidões.
Mutirões de famintos intentos
Ilusões seculares e incertezas,
Que a ferrugem desses tempos
Deterá a hora suja em sutilezas.
Genitora de mágoas, rugas no rosto
Trôpegos desejos condensados,
A busca do sol sempre posto
Em horizontes inalcançados.
E a vã alvorada? Condenada e presa
Em tua cama, o sexo vil, mil razões
Ansiedades, a real aspereza
Dos desgraçados corações.
Mas nesta ausência de luz
Em teu olhar de bicho e gente
Omitirá a ira que traduz
Nossas relações inconseqüentes.
E tuas vestes, não mais
Vestirá teu corpo nu, vela no breu
Clareando meus infindos umbrais
Finalmente, infelizmente amanheceu.
Autor Convidado: André Bianc
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